Natural dos Andes, a batata yacon vem ganhando popularidade mundo afora devido às suas propriedades nutricionais e farmacêuticas. Tais características têm atraído pessoas interessadas em começar o cultivo comercial da raiz tuberosa, o que desencadeia uma série de demandas por estudos sobre o manejo agrícola ideal da planta.
Este movimento levou o professor Fábio Oliveira, do departamento de Agronomia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a montar uma equipe de pesquisadores e realizar um experimento sobre efeitos da convivência de ervas daninhas no crescimento e desenvolvimento da batata yacon. O trabalho, publicado em 21 fevereiro de 2020 na revista científica “Planta Daninha”, foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Ao contrário da batata inglesa, que tem um ciclo curto – de três a seis meses –, a batata yacon leva de oito a 12 meses até a colheita e registra um crescimento inicial lento. A morosidade nessa primeira fase do ciclo vegetativo torna a planta mais suscetível a ervas daninhas, que competem por água, luz e nutrientes.
Espécies invasoras dificultam crescimento
Feito em uma estufa, o experimento constatou que a batata yacon teve um menor desenvolvimento (altura, número de folhas, número de hastes e área foliar) quando esteve em convivência com plantas daninhas. O caruru (Amaranthus viridis L.) foi a espécie invasora que se demonstrou mais prejudicial à yacon, enquanto a tiririca (Cyperus rotundus L.) foi a menos danosa.
“Esta é uma das etapas de um estudo maior, que pretende fazer um manual de boas práticas para o plantio comercial de yacon”, diz Ariany das Graças Teixeira, doutora em Produção Vegetal pela UFES, uma das pesquisadoras integrantes da equipe. A batata em questão ainda é pouco conhecida no Brasil, mas já vem sendo cultivada por agricultores familiares, que enxergam a raiz tuberosa como um alimento não convencional que pode atrair compradores por suas propriedades medicinais – que contribuem para o controle da diabetes e diminuição do colesterol.