29 de setembro de 2021 Salvar link Foto: Cecília Bastos / USP Imagens
Saúde

Highlights

  • Pesquisa analisou o possível impacto das metas de redução voluntária de sódio em alimentos processados e ultraprocessados
  • O estudo prevê que, se aplicadas até 2032, as metas podem poupar cerca de 220 milhões de dólares do SUS evitar 180 mil novos casos de hipertensão arterial e até 2.500 mortes em decorrência de doenças cardiovasculares 
  • Adoção de políticas obrigatórias para redução de sódio em alimentos pode diminuir casos de hipertensão e mortes

A redução de sódio — nutriente muito relacionado ao sal — em alimentos industrializados em um período de 20 anos pode evitar mais de 180 mil novos casos de hipertensão arterial e mais de 2 mil mortes por doenças cardiovasculares. A previsão é de um estudo da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Universidade de Liverpool, no Reino Unido, publicado na revista “BMC Medicine” na quarta (29).

A análise partiu do acordo de redução voluntária de sódio firmado entre o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos, que incentivou, entre 2011 e 2017, a redução de 8 a 34% da quantidade média do nutriente em alimentos processados e ultraprocessados. O trabalho incluiu o desenvolvimento de um modelo de simulação do impacto da redução de sódio até 2032, comparando-o com um cenário no qual não há esforços para a redução. A previsão foi baseada nas reduções voluntárias em alimentos industrializados registradas em pesquisas nacionais de rotulagem de 2013 e 2017, em inquéritos nacionais de saúde e consumo alimentar e em dados de sistemas de informação em saúde do SUS.

O estudo é relevante principalmente para um país como o Brasil, onde o consumo diário de sódio é aproximadamente o dobro dos dois gramas recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “O consumo excessivo de sódio deve ser tratado como prioridade na agenda de saúde e a redução desse consumo tem impacto em todas as idades, independentemente de serem pessoas hipertensas ou não”, diz Eduardo Nilson, cientista responsável pela pesquisa.

Para além dos impactos positivos na saúde da população, a análise aponta que a redução de sódio é benéfica para a economia: pode poupar cerca de 220 milhões de dólares em custos em tratamento médico no Sistema Único de Saúde e mais de 70 milhões de dólares em custos informais com as doenças pela população.

“Mais casos de hipertensão e mortes podem ser evitados se o Brasil adotar políticas obrigatórias, e não apenas voluntárias, de redução de sódio em alimentos industrializados, envolvendo mais categorias e limites ainda menores. Além disso, considerando as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados e de sal de mesa também são medidas importantes para atingir as recomendações da OMS”, comenta o cientista.

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Fonte: Agência Bori

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Publicado na Bori em 29/9/2021, 3:00 – Atualizado em 1/3/2023, 15:30