O ácido lático e a água oxigenada podem substituir produtos com cloro na limpeza de vegetais. Em experimento, essas substâncias conseguiram reduzir a bactéria Salmonella Enterica Enteritidis em morangos, pepinos e folhas de rúcula. Pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) chegaram a esse resultado em estudo publicado na revista “Food Science and Technology”, edição de janeiro de 2020.
A investigação demonstrou experimentos para avaliar a eficiência do ácido acético, ácido lático, peróxido de hidrogênio (água oxigenada), hipoclorito de sódio e dicloroisocianurato de sódio na limpeza de morangos, pepinos e folhas de rúcula contaminados com a bactéria Salmonella enterica Enteritidis, responsável por casos de infecção intestinal.
As concentrações testadas foram de 1% e 2% para ácidos lático e acético, 3% para água oxigenada, 200 mg por litro de hipoclorito de sódio e 200 mg por litro para dicloroisocianurato de sódio. O ácido lático foi o composto mais eficiente para limpar os morangos, enquanto a água oxigenada atuou com eficiência na eliminação da bactéria em pepinos e folhas de rúcula.
Ácido orgânico é proibido em outros países
Os resultados sugerem que as pessoas podem utilizar ácidos orgânicos para limpar suas frutas e vegetais de forma segura e eficiente. Hoje, o costume é lavá-los com produtos à base de cloro. Apesar de serem recomendados no Brasil, o uso de ácidos orgânicos é proibido em países europeus, como Alemanha, Holanda e Suécia, por causa do seu potencial de reagir com resíduos da casca de frutas ou outros contaminantes encontrados no alimento.
A pesquisa dá um passo importante ao investigar produtos alternativos, buscando maior segurança no processo de higienização de vegetais. Os próximos passos envolvem desenvolver estudos que avaliem o impacto dos ácidos orgânicos na qualidade sensorial dos vegetais, além de avaliar a viabilidade econômica da substituição dos produtos à base de cloro.
Segundo dados da Vigilância Epidemiológica de Doenças Transmitidas por Alimentos no Brasil, a bactéria foi responsável pelo maior número de casos de infecção alimentar (35%) no país entre 2016 e 2017.