No começo da semana passada, uma notícia da Agência Fapesp dizia logo no título: “Lockdown será inevitável em SP se isolamento não subir nas próximas semanas, indica estudo”. Mantida a mesma taxa de contágio do Sars-Cov-2 observada nos 30 dias anteriores a 10 de maio, o estado contabilizaria no final de junho 53,5 mil novas infecções por dia, das quais 20,8 mil somente no município de São Paulo. Os óbitos em todo o estado seriam 2,5 mil a cada dia, dos quais 1,1 mil na capital paulista. As estimativas tomaram por base um modelo desenvolvido por Renato Pedrosa, professor do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Já no começo desta semana, com os leitos de UTI tendo atingido em São Paulo, como em outras grandes cidades brasileiras, uma taxa de ocupação na assustadora altura dos 90% — muito próxima do ponto de colapso total do sistema –, o governador João Doria e sua equipe, mais o prefeito da capital, Bruno Covas, explicaram em entrevista coletiva algumas medidas para tentar reduzir rapidamente a taxa de contágio em São Paulo, sem decretar o temido lockdown. Entre elas, antecipação de feriados, para criar o intervalo de quase uma semana inativa. Dado que é justamente São Paulo o epicentro da pandemia no Brasil, o sucesso ou insucesso dessas medidas será atentamente acompanhado pelo país inteiro.
Para discutir esse momento da pandemia, em meio ao crescimento assustador de mortes e infecções pela doença, o webinar “Covid-19: teremos que ir até o lockdown?” reuniu nesta quinta (21) os pesquisadores Renato Pedrosa, autor do estudo, Marcelo Viana, diretor do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e matemático com atividades de divulgação científica, a epidemiologista Cláudia Codeço, pesquisadora e docente do Programa de Pós-Graduação em Computação Científica da Fundação Oswaldo Cruz (PROCC-Fiocruz), e os jornalistas Gabriel Alves, da Folha de S.Paulo e Mariluce Moura, do Ciência na rua.
O webinar foi organizado pelo Projeto Ciência na rua, Rede CoVida e Agência Bori. Assista a seguir.
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Fonte: Agência Bori
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