10 de fevereiro de 2020 Salvar link Foto: Steve Buissinne / Pixabay
Medicina e Saúde
Casos de diabetes tipo 2 estão relacionados ao trabalho noturno

Highlights

  • Mulheres têm maior chance de desenvolver doença, normalmente associada ao sobrepeso
  • Estudo foi feito com servidores públicos de cinco universidades e um instituto de pesquisa
  • Mais de 13 milhões de brasileiros vivem com diabetes em seus diferentes tipos

Quem trabalha no período noturno, principalmente mulheres, tem maior chance de desenvolver diabetes tipo 2, doença normalmente associada a sobrepeso, hábitos alimentares não saudáveis e sedentarismo, de acordo com estudo brasileiro publicado na revista científica “Archives of Endocrinology and Metabolism” publicada em outubro de 2019.

O estudo foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro, da Universidade Federal do Fluminense (UFF) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Motivados para entender o que leva ao aumento de níveis glicêmicos em trabalhadores noturnos, os pesquisadores usaram dados do Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA – Brasil) para comparar hábitos de 10.396 trabalhadores que atuam em turnos diurnos e trabalhadores expostos a turnos noturnos. Essa base reúne dados de saúde de servidores públicos de 35 a 74 anos de cinco universidades e um instituto de pesquisa de seis cidades brasileiras. Dados sobre hábitos de consumo de alimentos, de álcool e cigarro, frequência de atividade física, circunferência abdominal, número de horas e turno de trabalho foram cruzados com informações clínicas de nível glicêmico desses trabalhadores.

Maior acompanhamento à saúde

A pesquisa dá um passo importante para compreender o trabalho noturno como fator de risco para o diabetes tipo 2 ao avaliar dados epidemiológicos de um grupo de servidores públicos brasileiros. O estudo contribui ainda com pesquisas internacionais sobre o tema, cujos resultados ainda não são conclusivos. Para avançar ainda mais, será preciso investigar as diferenças entre gênero relacionadas ao trabalho noturno e diabetes. Queixas relacionadas ao sono e estresse no trabalho podem ser variáveis incluídas em futuras pesquisas.

A descoberta sugere a órgãos de saúde um delineamento de programas de rastreamento e monitoramento de problemas metabólicos focados na saúde de trabalhadores noturnos para reduzir a incidência da diabetes neste grupo. Além disso, os resultados da pesquisa podem pautar debates sobre o tempo de exposição ao trabalho noturno da população brasileira. Hoje, uma parcela significativa de trabalhadores brasileiros está nesta situação.

Diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, mais de 13 milhões de brasileiros vivem com a doença em seus diferentes tipos.

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Fonte: Agência Bori

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Publicado na Bori em 10/2/2020, 14:10 – Atualizado em 21/2/2021, 13:43