5 de agosto de 2020 Salvar link
Medicina e Saúde
Foto: Jan Baborák / Unsplash

Highlights

  • Estudo da FGV revela que apenas 15,9% dos trabalhadores receberam suporte para o trabalho em casa por parte do empregador
  • Principais queixas são aumento em dores no corpo, cabeça, fadiga ocular e perda de sono
  • Quase metade dos entrevistados dividem seu espaço de trabalho em casa com outra pessoa

Com a pandemia da Covid-19, muitas pessoas passaram a trabalhar de forma remota. Sem condições adequadas de trabalho em suas casas, no entanto, o home office tem trazido impactos na saúde e no bem-estar dos brasileiros.  Os principais sintomas físicos que se tornaram mais frequentes que o habitual são dores nas costas (58%), no pescoço (75%), fadiga ocular (55%), perda de sono (55%) e dores de cabeça (53%).

Os resultados são de estudo realizado pelo Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da Fundação Getulio Vargas (FGVSaúde), em parceria com o Institute of Employment Studies (IES) do Reino Unido e com o apoio técnico da empresa Sharecare. A pesquisa entrevistou 533 pessoas entre os meses de junho e julho, por meio de questionário eletrônico desenvolvido pelo instituto britânico. A maioria dos participantes eram mulheres (67,9%) e tinham uma idade média de 40 anos.

A grande maioria dos respondentes (87,4%) começou a fazer home office devido à pandemia, mas apenas 15,9% receberam algum tipo de suporte em termos de adaptação da sua casa para o trabalho por parte do empregador. Ainda, 63% dos trabalhadores relataram que não têm conseguido se exercitar como faziam anteriormente e 46% têm trabalhado mais horas e em horários irregulares.

Essa realidade trouxe ainda outros desafios para o desempenho das funções laborais pelos trabalhadores. De acordo com o estudo, 47,7% dos respondentes relataram compartilhar o seu espaço de trabalho com outro adulto, 46% vivem com filhos dependentes menos de 18 anos e 21,2% cuidam de parente idoso.

“Essa mudança trouxe repercussões para a saúde física e emocional das pessoas que exigirão ações efetivas pelos gestores das organizações. Caso contrário, as taxas de adoecimento aumentarão, com redução da produtividade pessoal e organizacional”, avalia Alberto Ogata, pesquisador do FGVSaúde e um dos autores do estudo.

A pesquisa incluiu instrumento da Organização Mundial da Saúde (OMS) que permite a avaliação do estado de saúde mental dos respondentes. Na próxima etapa, além de comparação com dados internacionais, os pesquisadores analisarão uma possível associação dos sintomas físicos e emocionais relatados com a saúde mental dos trabalhadores.

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Fonte: Agência Bori

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Publicado na Bori em 5/8/2020, 21:00 – Atualizado em 21/2/2021, 13:32