Pesquisa revela biopirataria digital como ameaça a conservação de abelhas no Brasil

Abelhas sem ferrão são importantes polinizadores de árvores presentes em florestas tropicais e de plantas comerciais. Esses insetos são muito utilizados no Brasil para a produção de mel

Pesquisa do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) desvendou uma rede de vendedores que opera ilegalmente no mercado de comércio de abelhas sem ferrão no país.

Em 85 cidades brasileiras dezenas de vendedores foram encontrados, a maioria na Mata Atlântica, por meio de um comércio altamente especializado na exploração, como retirada de ninhos da natureza e comércio de colônias para longas distâncias.

Os preços variam entre 70 e 5 mil reais, sendo as abelhas comercializadas em caixas ou iscas de garrafa pet.

Algumas são enviadas para locais fora das áreas de onde ocorrem naturalmente.

Entre as mais cobiçadas, estão a uruçu-capixaba (Melipona capixaba) e a uruçu-nordestina (Melipona scutellaris).

Ambas espécies estão ameaçadas de extinção.

"Muitas discussões estão focadas nos efeitos do aquecimento global na biodiversidade, mas temos questões muito urgentes para tratar. Espécies sumirão da natureza devido ao tráfico muito antes que o clima seja capaz de afetá-las negativamente”,  alerta o pesquisador Antônio F. Carvalho