11 de fevereiro de 2020 Salvar link Foto: J. P. Maçaneiro / Wikimedia Commons
Biologia
Área de Mata Atlântica em Santa Catarina

Highlights

  • Aumento de crimes ambientais representa afrouxamento na fiscalização
  • Estudo contribui para criação de novas estratégias de proteção ao bioma
  • Mata Atlântica é um dos ecossistemas mais ameaçados no Brasil

Pesquisadores do Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) alertam em estudo para a explosão de crimes em ambientais em região preservada da Mata Atlântica catarinense e cobram esforços para reduzir danos. Os dados foram publicados em janeiro na revista “Floresta e Ambiente”.

Foram analisados pelos cientistas registros de infrações ambientais ocorridas entre 2014 e 2018 em regiões hidrográficas do planalto de Canoinhas e da baixada norte do estado. Os dados foram fornecidos pela Polícia Militar Ambiental do Estado de Santa Catarina, por meio do sistema on-line Gerenciamento e Acompanhamento de Infrações Ambientais (Gaia). No período, foram registrados 187 processos administrativos.

“O objetivo era avaliar o crescimento e as causas desses danos para se fazer um diagnóstico da degradação ambiental local e contribuir para o desenvolvimento de estratégias de intervenção, como a implementação de um sistema de monitoramento florestal usando tecnologia de sensoriamento remoto (satélites), além de uma cooperação mais forte com autoridades municipais do estado de Santa Catarina”, diz Jessica da Silva Costa, do Centro de Ciências Agroveterinárias da Udesc, em Lages (SC).

Possível afrouxamento na fiscalização

Foram registradas violações contra a flora, a fauna, ocorrências de poluição, além de crimes como exploração de minério sem autorização e obstrução à ação do poder público no exercício da inspeção ambiental. Ocorrências contra a fauna foram as maiores: em 2014, início do período analisado, o percentual de registros beirava os 74% quando diminuiu para 49,3% em 2017. No entanto, em 2018, o número voltou a aumentar, atingindo 60,2%.

Para Jéssica, a oscilação pode significar uma fiscalização menos potente. “Isso pode mostrar um enfraquecimento das políticas de combate aos crimes ambientais e chama a atenção para a necessidade de se investir em medidas que contenham essa retomada do aumento de sua ocorrência”, defende a pesquisadora. “Os dados devem servir aos gestores públicos, para a elaboração de políticas de combate aos crimes, mas também a novos estudos, que investiguem mais a fundo as causas e as consequências das violações”.

A pesquisa foi parcialmente financiada pela Fundação de Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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Fonte: Agência Bori

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Publicado na Bori em 11/2/2020, 14:41 – Atualizado em 21/2/2021, 13:39