Foto: Marcos Santos / USP Imagens
A produção científica nacional teve um decréscimo de 7,2% em 2023 em comparação a 2022
Publicado na Bori em 2/9/2024, 10:21 – Atualizado em 2/9/2024, 10:38

Por Sabine Righetti*

Você deve ter visto recentemente na imprensa a informação de que a produção de ciência do Brasil caiu de novo. Os dados integram a análise “2023: ano de queda na produção científica de 35 países, inclusive o Brasil”, produzida pela Bori com a Elsevier. O documento também foi divulgado a jornalistas de todo o país pela Bori e pautou quase 300 veículos de imprensa, que publicaram reportagens e editoriais sobre o assunto.

De acordo com o retrato, um total de 35 países tiveram variação negativa na produção científica em 2023 em relação ao ano anterior — incluindo o Brasil. A produção científica nacional teve um decréscimo de 7,2% em 2023 em comparação a 2022. É a segunda queda consecutiva. Com isso, a produção de ciência do Brasil de 2023 fica bem próxima ao período pré-pandemia.
Como “produção científica” entendemos a quantidade de artigos científicos publicados com autores vinculados a instituições de pesquisa brasileiras. Queda de produção científica significa menos conhecimento sendo produzido no país.

O relatório da Bori-Elsevier foi lançado durante a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI) , que aconteceu em Brasília, de 30 de julho a 1 de agosto, com o objetivo de justamente planejar a política nacional na área para os próximos anos. Teve ampla repercussão no debate público e na imprensa.

 

Em 300 veículos de imprensa

Um mês após a sua publicação, cerca de 300 veículos jornalísticos do país já falaram dos dados da Bori-Elsevier com bastante espaço. Há reportagens em todos os grandes veículos como Veja, Nexo, Folha e Estadão — que, além de uma reportagem em página dupla, também chamou atenção para o problema em editorial.

Nossa análise mostra ainda que veículos de todas as regiões do país trouxeram os dados. Caso de A Crítica (Norte), O Povo e Jornal do Commercio Pernambuco (Nordeste), GHZ (Sul) e Jornal Opção (CO), além dos já mencionados jornais do Sudeste. Isso é raro. A repercussão inclui até uma coluna do senador e ex-ministro de Ciência e Tecnologia Marcos Pontes sobre o assunto no IG.

É isso que a Bori faz: traz uma informação relevante no cenário da nossa ciência e pauta a imprensa de todo o país para, assim, munir o debate público. Vale lembrar que mais de três mil jornalistas recebem e usam os nossos materiais diariamente.

 

Bori na análise da produção de ciência do Brasil

A Bori também tem se dedicado a analisar dados sobre a produção de conhecimento científico no país de diversas formas. A ideia é produzir informações sistematizadas e confiáveis para ajudar nas tomadas de decisão com base em evidências científicas.

O declínio no ritmo da produção científica brasileira foi observado pela Bori pelo segundo ano consecutivo. Documento anterior da Bori-Elsevier, lançado em julho do ano passado, já havia mostrado uma queda inédita na produção científica brasileira em 2022 em relação ao ano anterior. Dados atualizados agora apontam que, de 2021 para 2022, houve no Brasil uma queda de 8,5% na produção científica brasileira. Este foi o quinto relatório da parceria entre a editora científica Elsevier e a Bori, que seguirá produzindo insumos para pautar o debate público.

 

*Sabine Righetti é co-fundadora da Bori e pesquisadora do Labjor-Unicamp