Publicado na Bori em 5/7/2022, 14:00 – Atualizado em 7/7/2022, 11:01

Treinamento realizado em junho de 2022 faz parte da área temática de Amazônia, lançada neste ano com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS)

 

Uma turma de 25 cientistas que trabalham em instituições sediadas em diferentes localidades da Amazônia tiveram a oportunidade de aprimorar sua relação com a imprensa no curso “Comunicando a Ciência sobre a Amazônia”, nos dias 28, 29 e 30 de junho. Agora, eles estão aptos a atender demandas de entrevistas de jornalistas de forma mais qualificada e, também, a propor pautas sobre suas pesquisas para diferentes veículos de comunicação.

Os cientistas treinados fazem parte do banco de fontes da Bori e trabalham com temas como ciência cidadã, racismo ambiental, contaminação por mercúrio pela alimentação, impacto de hidrelétricas nas comunidades, aumento de espécies invasoras por conta das mudanças climáticas, dinâmica de fogo nas florestas de igapó, pesca do pirarucu manejado e alterações da população de peixes. Eles são do Instituto Mamirauá (Tefé, Amazonas), Instituto Evandro Chagas, Instituto Tecnológico Vale (Belém do Pará), Universidade Federal do Pará (Altamira, Pará), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Manaus, Amazonas), Universidade Federal do Acre (Cruzeiro do Sul, Acre) e Universidade Federal do Amapá (Macapá, Amapá).

No treinamento, os participantes puderam aprender a como se preparar para entrevistas jornalísticas, a identificar quando um estudo científico é notícia e a conhecer formas de disseminação de pesquisas para diferentes veículos de comunicação. Entender o momento ideal para acionar as assessorias de imprensa das suas instituições de pesquisa ou serviços de antecipação de estudos, como a Bori, também foram tópicos abordados nos três dias de curso.

Cientistas precisam falar mais com jornalistas

Além de dinâmicas práticas, os cientistas puderam conversar sobre as demandas da imprensa com Fred Santana, jornalista e editor do site Vocativo.com, de Manaus, no terceiro dia do curso. Fred falou das especificidades da rotina dos repórteres e trouxe práticas positivas e negativas de comunicação entre imprensa e pesquisadores.

A dificuldade de acesso aos cientistas foi um dos desafios apontados por Fred na conversa com a turma. Apesar das lacunas que ainda existem nesta relação, o jornalista enfatizou a relevância dos cientistas procurarem os jornalistas. “Diante das mudanças climáticas, que ainda estão começando a mostrar seus efeitos, nós da imprensa e vocês da comunidade científica vamos ser muito necessários nas décadas que virão”, disse.

No fechamento do curso, os participantes puderam tirar dúvidas sobre desafios na relação com a imprensa. Como cultivar uma relação de confiança com o repórter, minimizando erros e imprecisões técnicas, e se mostrar mais disponível foram alguns dos assuntos comentados.

A Bori realizará um novo treinamento para cientistas no segundo semestre de 2022, com prioridade para aqueles que trabalham em instituições da Amazônia Legal. Caso seja pesquisador nesta região e queira aprimorar sua relação de comunicação com a imprensa, cadastre-se em nosso banco de fontes da área temática de Amazônia para concorrer a uma das vagas.