Foto: Fusion Medical Animation / Unsplash
Publicado na Bori em 31/3/2020, 18:19 – Atualizado em 2/4/2020, 15:31

A Bori tinha apenas duas semanas quando, em 26 de fevereiro, foi confirmado o primeiro caso do novo coronavírus no Brasil. Era quarta-feira de cinzas, o que significa que as redações estavam trabalhando em esquema de plantão e as instituições de pesquisa do país estavam fechadas. Havíamos acabado de pegar a estrada com a agência, mas foi hora de reprogramar a rota.

Diante de um pedido de ajuda de alguns dos jornalistas cadastrados na Bori, que não conseguiam localizar cientistas para dar entrevistas sobre o principal assunto do momento, a Bori inaugurou no mesmo dia uma Seção Especial de apoio à cobertura factual — disponível apenas para jornalistas previamente cadastrados.

Nesse espaço, jornalistas encontram, hoje, todos os estudos científicos que já foram publicados em periódicos nacionais indexados no SciELO sobre o novo coronavírus e sobre a doença por ele causada (a Covid-19), manifestos e notas de comunidades científicas, bases de dados oficiais, estudos científicos estrangeiros com acesso aberto sobre o tema e informações de órgãos como a Organização Mundial de Saúde.

O material de apoio conta, também, com o contato (telefone celular) de mais de 50 cientistas brasileiros de diversas áreas do conhecimento que estão preparados para atender a imprensa. Eles podem dar entrevistas sobre o novo vírus, a evolução dos casos, saúde mental, impactos na economia, educação em casa e sobre muitos outras pautas trazidas pelos repórteres.

Análises

Em mais um passo para apoiar a imprensa, a Bori lançou dia 19 de março outra nova seção, de Artigos de Opinião, que compila análises inéditas de pesquisadores brasileiros de todas as áreas do conhecimento sobre temas que estão em pauta na imprensa. Por enquanto, os artigos tratam do novo coronavírus.

As primeiras análises, de pesquisadores da FGV EAESP, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e da USP, abordaram respectivamente os aspectos políticos nas tomadas de decisão na pandemia, aspectos epidemiológicos e os impactos dos cortes de recursos à ciência em tempos em que a ciência se faz ainda mais necessária.

Todos os artigos de opinião desse novo espaço são feitos a pedido da Bori e podem ser reproduzidos na íntegra pela imprensa, desde que o texto não sofra alterações e que nome dos autores e de suas respectivas instituições sejam mantidos.

A Bori também tem realizado webinars de apoio à cobertura jornalística sobre temas ligados à pandemia. Um mês após a primeira confirmação de coronavírus no Brasil, em 26 de março, a Bori fez um webinar “tira-dúvidas” de jornalistas com cientistas em parceria com a SBI (Sociedade Brasileira de Imunologia).

Já em 31 de março, o webinar “Jornalismo em Tempos de Pandemia”, com 144 participantes, deu início a um novo ciclo de atividades remotas de apoio à cobertura jornalística que seguirá em abril, em uma parceria da Bori com o Instituto Serrapilheira — um dos financiadores do projeto.

Webinar de apoio à cobertura da pandemia da Covid-19

 

Claro, mesmo em tempos de pandemia, seguimos antecipando estudos científicos de pesquisadores brasileiros aos jornalistas cadastrados, acompanhados de texto explicativo (release) e do contato do principal autor — que é a nossa principal missão. A Bori fecha março com 135 revistas científicas nacionais indexadas no SciELO parceiras do projeto, como a “Acta Amazônica”, “Cadernos de Saúde Pública” e a “História, Ciências, Saúde – Manguinhos”. Estamos trabalhando para ampliar a quantidade de periódicos com estudos divulgados na agência.

Somamos, até agora, 63 releases de estudos nacionais de excelência divulgados antecipadamente à imprensa. São trabalhos de instituições como a USP, Embrapa, Fiocruz, universidades federais de Pelotas, de Pernambuco, do Rio de Janeiro, a FGV EAESP e outras nas oito grandes áreas do conhecimento; 73% deles estão concentrados em ciências da saúde, ciências agrárias e ciências exatas e da terra.

Mais números

Desde que foi lançada, em 12 de fevereiro, com 167 jornalistas previamente cadastrados, a Bori já observou um crescimento de mais de 400% na quantidade de usuários da imprensa. Com isso, terminamos o mês de março com 714 jornalistas ativos, distribuídos em todos os tipos de veículos (sites, revistas, jornais, TV, rádio, redes sociais etc).

Metade dos jornalistas usuários do sistema está em São Paulo. A outra metade está distribuída em 22 estados do país — o que mostra uma capilaridade bastante interessante da nossa agência.

A gente não para. Em tempos de pandemia, estamos trabalhando de maneira ainda mais intensa para aproximar a ciência nacional de excelência da imprensa. Juntos, vamos divulgar informação científica de qualidade — de que tanto precisamos — para todos os brasileiros.