Por Fernanda Andrade*
A Bori finalizou em 30 de novembro uma pesquisa com cientistas e jornalistas da nossa comunidade para avaliar a percepção sobre as nossas iniciativas — e atingiu a meta de ter pelo menos 10% de respondentes.
Cerca de 2 mil jornalistas e cientistas receberam por e-mail questionários da Bori nos meses de outubro e de novembro — seguindo os protocolos éticos aprovados pelo Comitê de Ética e Pesquisa (registro CAAE: 50704821.3.0000.8142; coordenado pela pesquisadora Sabine Righetti, co-fundadora da Bori).
Foram consultados aproximadamente 1.400 jornalistas usuários da Bori e 600 cientistas de dois grupos: pesquisadores com trabalhos acadêmicos disseminadas pela agência no seu primeiro ano de atuação e cientistas integrantes dos nossos bancos de fontes para atender a imprensa. Ao todo, 12% dos jornalistas e 17,5% dos cientistas completaram o questionário de maneira anônima.
As respostas obtidas serão analisadas durante os próximos meses, trazendo informações inéditas sobre a percepção dos jornalistas e cientistas da nossa comunidade em relação aos nossos serviços e à disseminação da ciência brasileira e as dinâmicas da cobertura científica jornalística, incluindo os impactos da pandemia e da Bori no trabalho dos entrevistados.
Análises preliminares mostram que a maioria dos cientistas acha que as conclusões exageradas atribuídas às pesquisas são a principal crítica à cobertura de ciência pela imprensa nacional, enquanto a maioria dos jornalistas acredita que a principal dificuldade na cobertura de assuntos científicos no Brasil é a falta de tempo para a apuração das reportagens.
Juntamente à literatura recente sobre jornalismo e comunicação científica, esses dados fornecerão novas perspectivas sobre o cenário da disseminação científica no Brasil e o papel da Bori nele. Além disso, as análises vão nos permitir entender qual é o perfil do jornalista e do cientista que fazem parte da comunidade Bori e quais são suas demandas e preferências em relação à presença da ciência brasileira na imprensa e à própria plataforma da Bori, servindo como guia para que possamos pensar o futuro da nossa iniciativa e levar ainda mais ciência brasileira para a sociedade!
A expectativa é de que os resultados completos da pesquisa sejam apresentados em 2022 dialogando com outro levantamento, feito em 2019 com jornalistas e cientistas de todo o Brasil, e trazendo resultados inéditos que ajudarão na compreensão da cultura científica brasileira.
*assistente de pesquisa na Bori em iniciação científica e aluna de ciências biológicas na Unicamp.