2 de setembro de 2022 Salvar link Foto: Anete Lusina / Pexels
Tecnologia e Engenharia
Com os dedos, mulher de pele negra espalha loção branca nas mãos

Highlights

  • Extrato do maracujá do mato possui componentes antioxidantes, ideais para utilização em fórmulas cosméticas
  • Testes foram favoráveis à aplicação do extrato do maracujá do mato em produtos cosméticos antienvelhecimentos e inibidores ou diminuidores de manchas escuras na pele
  • Em uma parceria universidade-empresa, um cosmético à base de maracujá do mato já está em processo de registro para posterior produção

Espécie nativa da Amazônia, o maracujá do mato (Passiflora nitida Kunth) é planta trepadeira com folhas grandes e de coloração vermelha. Os seus frutos se assemelham às espécies de maracujá tradicionais. Com alto potencial biológico, o extrato do maracujá do mato possui componentes antioxidantes e inibidores de enzimas responsáveis pela produção de melanina, ideais para utilização em fórmulas cosméticas. A constatação é de pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Sergipe (UFS) e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em estudo publicado na Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences nesta sexta (2).

Os pesquisadores analisaram as propriedades fisíco-químicas da folha do maracujá do mato, realizando a caracterização do extrato das folhas. A coleta foi realizada em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).  “Obtivemos um extrato seco da folha, utilizando a técnica da secagem, onde o extrato líquido vira um pó. Este foi submetido a diversos testes para chegar aos resultados”, explica o cientista Ádley Lima, um dos autores do estudo e coordenador do projeto de pesquisa.

Os pesquisadores também exploraram os potenciais antioxidantes do maracujá do mato, bem como a ação inibidora da enzima que produz melanina. “Os resultados foram favoráveis para aplicação do extrato do maracujá do mato em produtos cosméticos antienvelhecimentos e inibidores ou diminuidores de manchas escuras na pele”, destaca Lima.

De acordo com o pesquisador, apesar de possuir potenciais para a indústria cosmética e farmacêutica, o maracujá do mato não é uma planta muito explorada. “Nossa pesquisa valoriza um produto nativo da Amazônia, que ainda não é muito conhecido. Na indústria, possuímos diversos produtos à base de outras espécies de maracujá, mas deste em específico, não”, explica.

Em um país tropical, com radiação solar evidente, os resultados vêm para melhorar a qualidade de vida das pessoas. “Estamos levando para a sociedade a informação destas propriedades e já possuímos a ponte entre a universidade e indústria por meio da autora principal. Em breve, teremos um cosmético à base de maracujá do mato”, conclui o professor. O estudo, comprovando a eficácia das propriedades da planta, faz parte de uma exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para dar registro ao produto.

DOI: https://doi.org/10.1590/s2175-97902022e19723

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Fonte: Agência Bori

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Publicado na Bori em 2/9/2022, 23:45 – Atualizado em 25/1/2023, 9:03