Preço alto, dificuldade de acesso e a baixa oferta de produtos orgânicos em estabelecimentos comerciais são os principais fatores que limitam a expansão do consumo deste tipo de produto no Brasil. Os dados são de uma pesquisa sobre o comportamento de consumidores de alimentos orgânicos e funcionais realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceria com a Universidade Federal do Alagoas (UFAL), publicada na edição de janeiro de 2020 da revista “Food Science and Technology”.
Caracterizados por serem resultantes de produção que não permite o uso de agrotóxicos que possam ser prejudiciais para a saúde humana e para o meio ambiente, o estudo comportamental apontou também que mulheres tendem a consumir mais orgânicos com propriedades funcionais do que homens, embora ambos reconheçam o benefício que esses produtos trazem à saúde.
O principal interesse da investigação era saber se havia uma correlação entre comportamentos de consumo e gênero entre os compradores. Para isso, foi aplicado um questionário em 1.230 homens e mulheres de todos os estados brasileiros, por meio de e-mails e mídias sociais nos meses de fevereiro e março de 2017. Perguntas como “Com que frequência você consome produtos orgânicos?”, “Por quê você consome esses produtos?” e “Quais produtos você mais consome” estavam no questionário. Os pesquisadores usaram ainda métodos estatísticos para analisar os dados coletados.
Consumo ascendente
As informações sobre o perfil de consumo de produtos orgânicos podem ser úteis para orientar o segmento de produção desses alimentos, no sentido de modificar a sua logística de distribuição para atender mais mercados e estabelecimentos. O estudo também pode servir para orientar o planejamento de políticas públicas de apoio ao mercado de produtos orgânicos, que teve um crescimento de 35% no Brasil, entre 2014 e 2015, segundo dados de pesquisa da Embrapa.
O estudo teve financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).