Publicado na Bori em 16/8/2022, 11:01 – Atualizado em 16/8/2022, 11:05

Com a proposta de estimular a reflexão sobre o papel do jornalismo de ciência em transformar em notícias as importantes pesquisas brasileiras, a Agência Bori idealizou a roda de conversa “Jornalismos de todas as ciências: como noticiar pesquisas de diferentes áreas do conhecimento”, apresentada na sexta (5) no 17º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI), na FAAP, em São Paulo.

Os convidados foram Gabriel Alves, consultor de comunicação no Einstein e colaborador de ciência e saúde para a Folha de S.Paulo; Meghie Rodrigues, jornalista freelancer especializada na cobertura de ciência, meio ambiente e mudanças climáticas e vice-presidente da Rede Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Ciência (RedeComCiência) e Fred Santana, diretor-fundador do Vocativo.com, do Amazonas e um dos mentores do programa InfoVacina Trainee. A mediação foi do jornalista Moura Leite Netto, editor da Agência Bori e presidente da RedeComCiência.

Ao longo da atividade, evidenciou-se que o jornalismo de ciência vai além de áreas como saúde e ciências biológicas. De acordo com Meghie Rodrigues, que produz reportagens para revistas científicas como Science e Nature, afirma que é possível encontrar ganchos jornalísticos em estudos também qualitativos, inclusive de Humanas.

Fred Santana ressaltou o fato de ter sido possível abordar aspectos relevantes do jornalismo de ciência com um público qualificado. “Fiquei empolgado com a experiência. Conseguimos debater a respeito dos principais temas do jornalismo científico do momento. A presença de um ótimo público me surpreendeu de maneira positiva, diante da quantidade de opções de assuntos que o evento apresentava, bem como o interesse da plateia, interagindo com todos nós. Foi uma ótima conversa”, celebra.

Gabriel Alves afirma que “foi uma alegria imensa participar da conversa e ver como nossa experiência pode ajudar outras pessoas a ampliarem seu repertório e sua visão acerca de uma atividade tão rica como a cobertura jornalística de temas científicos. É com essas trocas que, além de criarmos e aprofundarmos laços, teremos recursos para gerarmos um bom impacto na sociedade”.

Apesar dos obstáculos, acrescenta Gabriel, não podemos retroceder na guerra contra a desinformação. “Só com mais letramento científico e midiático vamos avançar. As pessoas precisam saber por que a ciência é o que é e por que ela entrega tantas respostas e tantos avanços para a humanidade. Ao descobrirmos como ela é feita, sai de cena o charlatanismo e emergem a razão e o conhecimento”.

 

Podcasts e vídeos em 5 minutos

Durante a roda de conversa foi feito o anuncio da estreia da segunda temporada do “Como Cobrir”, podcast da Associação de Jornalismo Digital (Ajor) que traz dicas para uma melhor cobertura jornalística de temas essenciais para a sociedade. A iniciativa conta com o apoio do Instituto Serrapilheira, além da parceria com a Agência Bori e a Escuta Aqui Áudio na produção. Com média de cinco minutos, o podcast tem, em cada episódio, links com materiais de referência, estudos, guias, manuais e bancos de fontes com contatos de especialistas sobre o assunto. Os temas dos 7 episódios são Alimentação, Novas (e velhas) epidemias, Educação, Amazônia, Mudanças climáticas, Vacinas e Oceanos.

Outra iniciativa divulgada no evento foi o Jornalismo Científico em 5 Minutos, um projeto da RedeComCiência que tem o objetivo de contribuir para a formação de jornalistas e comunicadores de ciência no Brasil por meio de vídeos curtos com dicas práticas de jornalismo científico. A iniciativa tem o apoio do International Center for Journalists (ICFJ). Está na segunda temporada.