Foto: Jason Rosewell / Unsplash
Publicado na Bori em 12/7/2022, 12:10 – Atualizado em 12/7/2022, 13:24

*Por Natália Flores

Divulgar estudos científicos se torna cada vez mais importante para a academia, a ponto de virar mais um dos deveres do cientista. No meio da rotina corrida — das dissertações e teses para corrigir, das aulas para preparar e lecionar, dos experimentos para conduzir e dos alunos para orientar, é preciso achar, também, espaço para falar sobre o seu trabalho para pessoas de fora do círculo acadêmico.

Neste texto, trazemos cinco motivos para disseminar ciência para a imprensa.

 

1 – A ciência só existe se ela é comunicada

O conhecimento científico só se consolida e vira ciência quando comunicada entre pares – em congressos acadêmicos e papers. Além de fazer esse conhecimento circular entre cientistas, a gente precisa fazer com que a ciência chegue no debate público sobre alimentação, mudança climática, vacinação. E isso só acontece quando a gente comunica ciência de forma mais ampla para a população, via imprensa ou via outros tipos de projetos.

 

2 – Divulgar ciência é um dever social de nós, enquanto cientistas

A maior parte da ciência brasileira é feita em universidades públicas, que são sustentadas pela sociedade brasileira. Então, é nosso dever democratizar o conhecimento que a gente gera dentro das universidades e fazer com que ele seja apropriado por comunidades distantes dos muros destas instituições, que podem se beneficiar da ciência.

 

3 – O conhecimento científico pode orientar decisões individuais e coletivas mais justas

Disseminar ciência via imprensa pode fazer com que conhecimentos restritos à academia cheguem em tomadores de decisão da esfera pública e privada e, assim, produzam impacto social. A partir disso, um efeito cascata pode acontecer: os estudos científicos podem provocar mudanças em projetos de lei, decisões governamentais e políticas públicas. Temos vários relatos de como a alta repercussão de estudos disseminados à imprensa via Bori tiveram impacto em tomadas de decisão, chegando à CPI da Covid-19 e à Organização dos Estados Americanos (OEA) e até afetando decisão técnica do Ministério de Minas e Energia a respeito da extração de gás.

 

4 – Divulgar ciência pode ajudar na carreira do cientista

A repercussão de um estudo na imprensa pode levar a uma série de parcerias acadêmicas com grupos de pesquisa interdisciplinares, de outras instituições e países. Isso porque cientistas também se informam pela imprensa tradicional. As agências de fomento à pesquisa, como a Fapesp, também têm valorizado o perfil de pesquisador com projetos de pesquisa com impacto social.

 

5 – Disseminar ciência pode trazer sentido para o trabalho do pesquisador

Nessa rotina corrida de produzir relatórios, artigos científicos, fazer trabalho de campo, participar de congressos científicos, sobra muito pouco espaço para a gente pensar sobre a nossa prática e sobre a importância social que a nossa pesquisa tem. E a divulgação científica é um espaço em que a gente consegue refletir sobre isso. Ela nos dá, enquanto cientistas, justamente essa noção de sentido, de fazer parte de algo maior.

 

Agora que você, cientista, já sabe a importância de disseminar ciência para a imprensa, conte com a ajuda da Bori neste processo. Veja aqui como você pode nos enviar materiais para divulgação.

 

*Jornalista e gerente de conteúdo da Agência Bori. Texto originalmente divulgado em formato de palestra no Congresso Acadêmico da Unifesp de 2022