Foto: National Cancer Institute / Unsplash
Imagem ilustrativa de cientista negra em laboratório; faltam dados sobre diversidade racial na ciência do Brasil
Imagem ilustrativa de cientista negra em laboratório; faltam dados sobre diversidade racial na ciência do Brasil
Publicado na Bori em 24/11/2023, 14:13 – Atualizado em 11/12/2023, 19:44

Faltam dados sobre a diversidade racial na ciência brasileira — o que é um problema para avançar em políticas de igualdade racial em um país com mais da metade da população negra.

Essa reflexão foi publicada no Tendências & Debates da Folha de S. Paulo desta quarta (22) no artigo “Sobre gênero e raça na produção científica”, assinado por Ana Paula Morales, Sabine Righetti e Raquel Ribeiro, da Agência Bori, e Juliana Oliveira e Mayra Castro, empreendedoras e conselheiras da Bori.

“Pesquisa recente mostra que apenas 7,4% dos professores de pós-graduação nas ciências exatas, da terra e biológicas são pretos, pardos ou indígenas. Isso é um desastre para um país com mais da metade da população negra. (…) Precisamos de mais retratos da produção científica brasileira em termos de raça”, escrevem as autoras.

Importância de diversidade racial na ciência

Na Bori, a diversidade de gênero e de raça dos autores e dos líderes dos artigos científicos é um dos critérios levados em conta na hora de escolher as pesquisas que serão divulgadas para a imprensa. Só que sem conhecer a raça dos autores, fica difícil levar a diversidade em conta.

“Quando acessamos um artigo científico, vemos uma sequência de sobrenomes (com os nomes abreviados) e não temos a menor ideia de quem são aquelas pessoas. Em alguns casos, há links para currículos acadêmicos como o Lattes, onde é possível saber a instituição ao qual os autores são filiados e o que eles têm publicado. Mas não há informação de gênero e raça.”

A publicação do texto na Folha de S. Paulo faz parte das ações da Bori no mês da Consciência Negra. Entre elas, está a publicação de artigo de opinião sobre diversidade racial na escolha de fontes pelo jornalismo, assinado pela parceira da Bori e pesquisadora Monique dos Anjos.

No artigo, Monique analisa critérios de escolha de jornalista ao escolher fontes científicas para entrevistar. O fato do especialista ser renomado no meio acadêmico teve 21,8% das respostas; já a importância do quesito cor teve 3,2% de escolha.