O crescimento contínuo das queimadas em Boca do Acre, no Sudoeste da Amazônia, chegou a 88% em 2019, sete anos após a aprovação do novo Código Florestal.

É o que afirma a nova pesquisa realizada por cientistas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) e parceiros.

A pesquisa analisou dados de satélite das áreas queimadas entre os anos de 2003 e 2019, em uma nova fronteira do desmatamento, levando em consideração as informações acerca do clima, cobertura do solo, imóveis rurais e áreas protegidas.

Durante o período do estudo,  a área anual afetada pelo fogo variou a partir de 33 km² e atingiu pico 681 km² em 2019. Conforme a pesquisa, a tendência de desmatamento na região aumentou de 15% em 2012 para 91,60% em 2019.

De acordo com os pesquisadores , a expectativa para os próximos anos é de um aumento significativo nos focos de fogo na região devido ao aumento do desmatamento e do processo de grilagem de terra.

“Se não tivermos políticas públicas e ações de controle contra atividades ilegais, como a extração de madeira sem autorização e desmatamento, podemos esperar que esta área se torne crítica tanto pelo aumento de conflitos quanto pela perda de serviços ecossistêmicos”, afirma Liana Anderson, uma das autoras do estudo.