*Por Natália Flores
Com a pandemia, a divulgação científica passou a ser mais valorizada pela comunidade acadêmica e instituições de pesquisa. Muitos pesquisadores, no entanto, ainda ficam confusos sobre como e onde inserir, formalmente, esse tipo de atividade. Neste texto, reunimos algumas dicas de como registrar e valorizar as colaborações de disseminação de ciência via Bori no seu currículo acadêmico.
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No currículo Lattes
Entrevistas, comentários de mídia e textos em jornal/revista, como os artigos de opinião assinados por pesquisadores, podem ser inseridos no currículo Lattes, do CNPq (agência federal de fomento à ciência ligada ao MCTI). A aba “Educação e Popularização de C&T”, criada em 2012, serve, justamente, para registrar atividades de disseminação da ciência e o impacto social de projetos de pesquisa que vão além da produção científica per se.
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Em progressão de carreira
A colaboração no banco de fontes da Bori pode pontuar em processos de progressão de carreira para professor titular. Alguns departamentos de universidades aceitam atestados comprovando essa atividade de atendimento à imprensa. Quem estiver nos bancos de fontes da Bori e precisar de um atestado para concursos e progressão de carreira pode nos solicitar pelo e-mail [email protected].
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No relatório anual da Capes
Entrevistas para jornais/revistas e os estudos disseminados via Bori podem ser registrados em relatórios finais de projetos de Agências de Fomento à Pesquisa e no relatório anual de programas de pós-graduação da Capes (agência federal ligada ao MEC). Um dos itens mensurado no relatório da Capes é o impacto social destes programas, o que engloba ações de serviços prestados à comunidade e, também, de disseminação social da ciência. Cientistas da nossa comunidade já têm inserido a repercussão social de suas pesquisas disseminadas via Bori nos relatórios dos seus programas!
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Em projetos de pesquisa
Agências de Pesquisa estrangeiras tendem a valorizar bastante o impacto social da ciência — a ponto da divulgação científica ser uma das etapas previstas já na formulação dos projetos de pesquisa internacionais. Por isso, também orientamos cientistas a inserirem a disseminação de suas pesquisas via Bori já na proposta dos projetos de pesquisa para demonstrar impacto social e familiaridade com a mídia.
É importante adotar um discurso de defesa da disseminação social da ciência em reuniões de departamento e entre colegas — para que essas atividades sejam, não somente, registradas, mas formalmente valorizadas. Não custa lembrar, também, que a ciência deve ser divulgada e disseminada porque isso faz parte da própria atividade científica. Ou seja, para além dos pontos no currículo, precisamos fazer os brasileiros conhecerem os cientistas e a ciência produzida no Brasil.
*Jornalista, pesquisadora em Divulgação científica e gerente de conteúdo da Bori.