Construir um mundo mais igualitário requer a participação de um jornalismo apto a lidar com a diversidade e que não reproduza preconceitos, principalmente quando falando sobre alimentação em um país que recentemente voltou ao mapa da fome. A abordagem de um material jornalístico tem impacto na sociedade e é preciso que o antirracismo esteja presente nestas produções. Para contribuir com esse cenário, a Agência Bori promove, em maio, sua primeira oficina antirracista sobre cobertura alimentar para jornalistas, com apoio do Instituto Ibirapitanga.
“É urgente praticarmos uma abordagem antirracista na cobertura da ciência como um todo, e sobretudo quando a pauta é alimentação. Isso tanto na perspectiva dos cientistas que produzem conhecimento, mas também das diferentes formas que os problemas abordados nos estudos afetam a vida das pessoas”, explica Ana Paula Morales, co-fundadora e diretora-executiva da Agência Bori.
A oficina será ministrada pela jornalista e especialista em raça, gênero e diversidade, Monique dos Anjos. Para ela, “a luta antirracista é um movimento que envolve toda sociedade e, sendo os meios de comunicação um dos maiores influenciadores na forma como a população percebe o mundo, nada mais efetivo do que levar preceitos desta luta até as redações”.
Monique acrescenta ainda que é preciso “considerar recortes de raça, mas também gênero, classe e outros marcadores que afetam grupos minoritários a exemplo dos povos originários, PCDs e comunidade LGBTQIA+ em todas as editorias. Não existe, portanto, jornalismo antirracista que não seja interseccional e reparatório”.
A oficina “Como cobrir pautas alimentares com olhar antirracista” tem como principal objetivo intensificar o debate e incentivar uma abordagem antirracista nas produções de pautas alimentares no dia-a-dia do jornalista que cobre esta área. Ela será realizada no dia 25 de maio (quinta-feira), das 10h30 às 12h. As inscrições, feitas por meio de formulário, vão até o dia 19 de maio e são exclusivas para jornalistas cadastrados na Bori.