9 de abril de 2020 Salvar link Foto: MARTIN SANCHEZ / UNSPLASH
Medicina e Saúde

Highlights

  • 78% dos entes avaliados, incluindo estados e governo federal, ainda não publicam informações suficientes para monitorar a pandemia; a taxa na avaliação anterior era de 90%
  • O número de entes com nível considerado “Alto” ou “Bom” dobrou: passou de 3 para 6 estados
  • 7 estados seguem com nível “Opaco” (0 a 19 pontos); na avaliação anterior, eram 11 nessa condição
  • Apenas um estado publica a quantidade de testes disponíveis: Amazonas. O governo federal passou a publicar em painel a quantidade de kits de teste distribuídos por estado
  • O número de estados que publicam dados sobre Síndrome Respiratória Aguda Grave (indicador que ajuda a identificar casos e estimar a subnotificação) mais que dobrou: de 4 para 10
  • O número de estados que publicam a quantidade de testes já aplicados aumentou em 60% – de 13 para 21

Segunda edição da avaliação da Open Knowledge Brasil (OKBR), publicada nesta quinta (9), mostra que, nos últimos sete dias, 15 estados e o governo federal passaram a publicar mais dados; apesar do incremento, 78% ainda não publicam informações suficientes para monitorar a Covid-19. O levantamento anterior da OKBR foi publicado em 3 de abril.

Quem melhorou

Em apenas uma semana, metade dos estados melhorou de alguma forma a disponibilização de dados sobre a pandemia, seja criando novas maneiras de acesso ou  incrementando os meios já disponíveis.

“A rápida resposta dos estados reforça a importância da definição de parâmetros de qualidade de dados para que os gestores possam orientar suas equipes”, avalia Camille Moura, coordenadora de Advocacy e Pesquisa da OKBR.

Poucos estados avançaram no grau de detalhamento dos casos suspeitos e confirmados do novo coronavírus até o momento. O destaque foi o Rio Grande do Norte, que passou a publicar uma base única com o registro de cada caso e teve melhora significativa em sua avaliação.

Quem “escorregou”

O Índice também monitora eventuais retrocessos na disponibilização de dados. Como parte expressiva dos estados ainda publica informações em meio a textos e notas para a imprensa, sem um padrão definido, a pontuação desses entes pode sofrer variações maiores de uma avaliação para a outra, como o caso de Tocantins.

Por ter deixado de disponibilizar a base de dados em formato aberto, o Ceará registrou a maior queda no ranking, recuando da 2ª posição para a 5ª. “Este é um tópico que tem maior peso na avaliação, pois é o formato estruturado e aberto que facilita a realização e automatização de análises”, destaca Fernanda Campagnucci, diretora-executiva da OKBR. “O estado mudou sua plataforma de publicação e, com isso, notamos a ausência de API e de código aberto, que eram vantagens do modelo anterior”, pontua.

As demais variações negativas foram motivadas por alterações nos conteúdos dos boletins e dos informes epidemiológicos.

Destaque da semana

Maranhão

Além de ter criado um painel de visualização, o Maranhão passou a publicar as bases de dados que embasam os gráficos apresentados nos boletins epidemiológicos. A nova versão dos boletins inclui a taxa de ocupação de leitos do estado e as bases possuem detalhamento de casos por bairro. Com essas mudanças, o estado avançou da 6ª para a 2ª posição.

Rio Grande do Norte

O estado passou a publicar os microdados dos casos – ou seja, o detalhamento de cada registro desde o início das notificações. Nesta semana, o estado saltou da 11ª para a 5ª posição.

Governo Federal
Desde a última avaliação, o Ministério da Saúde passou a publicar um painel com dados sobre a quantidade de insumos estratégicos que distribui aos estados. Destes, apenas o item “kit de testes rápidos” é avaliado neste Índice de Transparência. Consideramos, porém, uma boa prática de transparência a ser seguida pelos estados em relação às suas aquisições.

 

A OKBR, também conhecida como Rede pelo Conhecimento Livre, é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos e apartidária que atua no país desde 2013. Desenvolvemos e incentivamos o uso de tecnologias cívicas e de dados abertos, realizamos análises de políticas públicas e promovemos o conhecimento livre para tornar a relação entre governo e sociedade mais transparente e participativa.

 

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Fonte: Agência Bori

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Publicado na Bori em 9/4/2020, 18:00 – Atualizado em 21/2/2021, 13:36