10 de fevereiro de 2020 Salvar link
Medicina e Saúde
Suplemento alimentar é muito utilizado por quem pratica exercícios físicos

Highlights

  • De 44 marcas populares testadas, 15 têm substâncias não permitidas pela Anvisa
  • Análise aponta que todos os produtos testados “vendem” efeitos não comprovados cientificamente
  • Mercado de suplementos movimentou R$ 1,49 bilhão apenas em 2016

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) testaram 44 marcas de suplementos alimentares mais populares no mercado brasileiro e constataram que 15 delas possuem substâncias não permitidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. A análise verificou ainda que todos os produtos testados oferecem em seus rótulos efeitos não comprovados cientificamente.

O estudo publicado na “Revista de Saúde Pública” em outubro de 2019 ressalta o risco à saúde do consumidor ao adquirir um produto enganoso, já que nem sempre ele está ciente dos danos que essas substâncias podem causar, configurando-se um desafio à saúde pública.

Os resultados foram obtidos após análise da composição de 44 suplementos alimentares vendidos em lojas virtuais brasileiras, como cápsulas de óleo de peixe, complexos vitamínicos e itens à base de proteína. Os ingredientes declarados nos rótulos, os efeitos atribuídos a eles e os apelos comerciais usados nas embalagens dos produtos foram alvo da investigação científica, com foco no cumprimento da legislação vigente na data de fabricação e das regras do Marco Regulatório dos Suplementos Alimentares aprovada pela Anvisa em 2018.

Além da norma da Anvisa, os pesquisadores também utilizaram como parâmetro recomendações de sociedades internacionais e organizações oficiais, como a International Society of Sports Nutrition e a Academy of Nutrition and Dietetics.

Mais fiscalização

A pesquisa dá um passo importante ao revelar as mudanças que os fabricantes de suplementos alimentares precisam implementar até 2023 para se adequar às diretrizes da Anvisa, que abrangem desde a composição até a rotulagem dos produtos. Aprovada em 2018, essa é a primeira normatização específica para o setor, que teve um aumento de consumo de 233% entre 2010 e 2016, faturando R$ 1,49 bilhão apenas em 2016.

Os resultados do estudo servem de alerta para consumidores e profissionais da saúde, já que prova que produtos deste tipo fazem uso de substâncias não permitidas e de alegações farmacológicas que não funcionam na prática. Segundo a pesquisadora Thaís Dal Molin, a pesquisa abre caminho para reforçar a necessidade de análise de suplementos importados no mercado brasileiro, aumento da fiscalização sobre produtos irregulares e a implementação de conscientização de consumo racional de suplementos alimentares.

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Fonte: Agência Bori

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Publicado na Bori em 10/2/2020, 21:07 – Atualizado em 21/2/2021, 13:42