Publicado na Bori em 12/2/2024, 15:17 – Atualizado em 5/4/2024, 15:30

Em 2024, a Bori completa quatro anos em operação, e temos muito o que comemorar! A agência, que nasceu duas semanas antes de a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar a pandemia de Covid-19, fez história apoiando jornalistas na cobertura dos impactos no novo coronavírus na sociedade e na saúde humana e, depois, diversificou ainda mais sua operação oferecendo apoio à cobertura de alimentação e de Amazônia, nas áreas temáticas, além de assuntos que ganham relevância jornalística como a crise climática e, também, pontualmente noticiados como o aumento de casos de dengue, desde janeiro deste ano.

Em quatro anos, disseminamos 570 estudos à imprensa, de forma explicada e antecipada — o que dá uma média de um estudo a cada dois dias. Os trabalhos tiveram, em média, 30 repercussões na imprensa brasileira. Ao todo, são mais de 8 mil repercussões de todo o nosso conteúdo acumuladas nesses quatro anos, em mais de 900 veículos de comunicação.

São estudos de todas as áreas do conhecimento, da saúde, biologia às ciências sociais e humanas, produzidos por cientistas vinculados a instituições de norte a sul do país — da Universidade Federal de Roraima (UFRR), em Roraima, à Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul.

Também trouxemos a voz do cientista à imprensa cadastrada no formato de artigos de opinião assinados pelos próprios especialistas, conteúdo que pode ser replicado na íntegra pelo veículo de comunicação ou usado como material de apoio para a produção de pautas próprias. Até agora, foram 124 artigos disseminados de forma antecipada à imprensa, com análises de assuntos em alta no noticiário ou que consideramos importantes de pautar jornalistas, como o perigo da resistência de antimicrobianos e a crítica ao incentivo ao uso de combustíveis fósseis, que rendeu ao Brasil o prêmio de “Fóssil do Dia” na 28ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 28), em novembro do ano passado.

Nesses quatro anos, juntamos mais de 3 mil jornalistas cadastrados e ativos na Bori — e conseguimos chegar a veículos de todas as regiões do país, muitas vezes presentes em desertos de notícias onde existem poucos veículos jornalísticos profissionalizados — o que dá dimensão do nosso impacto. E não paramos por aí.

O que a Bori faz? Cria pontes entre jornalistas e cientistas

Em 2020, no início da pandemia de Covid-19, percebemos que uma das formas de aproximar o campo científico do jornalismo seria o de possibilitar que jornalistas tirassem dúvidas com pesquisadores para produzir suas matérias. Por isso, acionamos cientistas de instituições de pesquisa e universidades de todas as regiões do país e montamos um banco de fontes de Covid-19, com o contato destes especialistas.

Essa ação foi replicada para os projetos Sistemas Alimentares (2021–atual) e Amazônia (2022-2023), apoiados pelo Instituto Ibirapitanga e pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS), respectivamente. Hoje, reunimos os contatos de mais de 560 cientistas nestes três bancos (Covid-19, Amazônia e Sistemas Alimentares). Eles estão disponíveis para falar com a imprensa sobre temas variados nestes eixos e muitos deles viraram fontes recorrentes dos jornalistas nas suas pautas, a partir do banco da Bori.

Nesses quatro anos, descobrimos que nossa missão de levar a ciência para todos os cantos do país implicava vencer desafios que foram aparecendo ao longo desta caminhada. Descobrimos, por exemplo, que apenas fornecer conteúdo e fontes não seria o suficiente para apoiar o jornalismo com base em ciência. Também seria preciso preparar jornalistas e cientistas para comunicar ciência de forma assertiva e eficaz para a sociedade.

Por isso, realizamos 23 imersões para jornalistas e 15 treinamentos de mídia para cientistas, capacitando 620 membros da nossa comunidade para comunicar ciência na imprensa, sendo 375 cientistas e 245 jornalistas. Enquanto as imersões para jornalistas tinham como objetivo preparar os profissionais da imprensa para inserir evidências científicas nas suas pautas — ou, mesmo, orientá-los a como desenvolver matérias aprofundadas sobre temas como vacinação, como os programas de mentoria Infovacina e Infovacina Trainee –, os cursos para cientista buscavam treiná-los para desenvolver uma comunicação mais assertiva com a imprensa. Esse tipo de treinamento é um formato inovador no país e, por isso, trouxe uma contribuição importante para a comunidade científica brasileira.

Essa caminhada serviu para consolidarmos o que sabemos fazer: criar pontes entre jornalistas e cientistas brasileiros por meio de diversos formatos e serviços. E muito mais está para acontecer nos próximos anos. Vida longa à Bori!